Como ter uma boa gestão de empresas familiares

12.05.2016
Todos os familiares vão fazer parte da sua empresa? Não necessariamente Imagine que você abriu uma empresa, é natural que você queira na sua empresa pessoas que você confie, e principalmente se você não tem caixa suficiente para abrir a empresa, colocar alguém da família se torna uma opção menos custosa, sem encargos e nos leva acreditar que está todo mundo no mesmo barco, então todos vão remar junto. Pode ser a esposa, um filho, um cunhado, sobrinho , etc. A questão é : você contrata baseado nas competências da pessoa ou pelo laço familiar e pela “confiança” ? Tem uma frase celebre: jamais contrate quem você não possa demitir! Se demitir um colaborador já não é tarefa das mais fáceis, imagina demitir um familiar?

Familiares devem agir de acordo com suas funções dentro da empresa

É muito difícil para o dono de uma pequena ou média empresa (PME) separar a família dos negócios. É muito natural que os familiares tenham certas regalias que os outros colaboradores não tem. Quando os familiares são esposa e filhos os outros colaboradores até aceitam, porque eles os vêem como donos do negócio, mas quando for um sobrinho, um primo ou um cunhado? Saber disso é necessário para evitar situações das quais, com certeza, você já ouviu falar: familiares que acham que não têm horário, que acham que podem fazer o que querem e todo mundo acha que são donos, mas não se comportam como donos. Ou seja, se comportam como donos nas regalias, mas na hora de pegar no pesado é outra história. Além disso problemas de casa são levados para o escritório e vice versa e isso gera muita tensão nas pessoas envolvidas. Ninguém precisa esquecer-se dos laços familiares para ter uma empresa. Contudo, a gestão de empresas familiares necessita de profissionalismo. Se um amigo contrata você, o seu trabalho será feito de qualquer jeito por isso? Você será um funcionário relapso porque trabalha com o seu amigo? Não. E por que algumas pessoas acham que podem fazer isso porque trabalham com a família? Quando você ou seus familiares assumem a responsabilidade de gerenciar uma empresa familiar, todos precisam ter comprometimento e agir como profissionais. Repito, as pessoas não precisam tratar-se como se não se conhecessem fora dali, mas é muito importante ver a empresa como um trabalho como os outros e a família como colegas de trabalho, como seria em outro lugar. [epico_capture_sc id="1015"]

Conhecimento: parte importante sobre empresas familiares

Mesmo a sua empresa sendo familiar, a gestão dela tem de seguir alguns padrões para que ela dê certo. A importância da qualificação não pode ser menosprezada somente porque a empresa é familiar: é a qualificação que faz o desempenho ser bom. Os familiares que já têm qualificação podem aprimorá-la com o tempo. Porém, aqueles que não têm nenhum conhecimento do ramo precisam, sim, aprender. Para que a gestão de empresas familiares seja bem-sucedida, você deve ter esse entendimento: as pessoas que você selecionar para trabalhar na sua companhia, e você também, precisam ter conhecimento. Os familiares, assim como qualquer colaborador precisa ter uma plano de desenvolvimento pessoal, e o interessante é que eles tenham um plano de carreira dentro da empresa, precisando atingir alguns resultados para assumir o papel de que se espera que ele assuma. Principalmente se ele estiver na linha de sucessão da empresa. É mais do que natural o dono da empresa querer que o filho ou a filha sejam seus sucessores na condução do dia a dia dos negócios, mas se isso é feitos sem um bom planejamento pode acarretar várias brigas na empresa e na família.

Gerações diferentes, pontos de vista diferentes

A convivência entre pessoas de gerações diferentes é bastante rica. Se você quiser, isso pode ser um grande diferencial para a gestão da empresa familiar. Porém, o sucesso dessa parceria só acontece se as pessoas estiverem dispostas a ouvir umas as outras. Saber o que o indivíduo da outra geração tem a dizer traz ideias surpreendentes e que podem revolucionar a forma de a empresa familiar funcionar. Se você é mais novo ou mais velho que os demais familiares que compõem a empresa, não importa: conversar, ou seja, falar e ouvir, deve ser uma prática, pois as recompensas para quem faz isso são muito boas. Ter vontade de conversar com as pessoas de outra geração é importante, mas para a sua empresa familiar ir para frente é preciso que essa conversa (e toda a convivência) seja cheia de paciência. A diferença de gerações acarreta diferenças de perspectiva e isso, quando não é associado à paciência, pode causar incômodos em vez de trazer novas possibilidades.

Pagamentos: todos satisfeitos ou todos querendo mais?

Aqui, volta o entendimento de que a empresa familiar deve funcionar igual as outras companhias. Não é porque os seus familiares vão trabalhar na sua empresa que os salários serão maiores do que o mercado estabelece, os pagamentos devem ser justos. Todos precisam ter bem claro que isso é um trabalho e não camaradagem. Assim, seu primo, seus tios, seus irmãos ou seja quem for não deve receber mais do que receberia apenas porque trabalha na sua empresa. Infelizmente, muitas pessoas confundem as situações e é essencial esclarecer esse ponto totalmente antes da contratação acontecer.

Amadurecimento: sem brigas por tudo e por nada

Você já ouviu as pessoas dizendo que irmãos brigam por tudo, não é? Infelizmente, existem muitos irmãos que brigam mesmo, assim como primos, etc. Há também aqueles que não brigam, mas que passam a brigar depois de fazer parte de uma empresa familiar. Para o negócio dar certo, as pessoas precisam ter maturidade. É necessário entender que nem tudo acontecerá da forma que se quer e na hora que se quer só porque o trabalho é feito em família e brigar por causa disso atrapalha os negócios e a própria relação familiar. Você, que é o dono, deve aprender a gerenciar os conflitos de forma a pensar na visão de longo prazo da empresa, nem sempre é possível agradar a gregos e troianos. Os familiares precisam aprender que ficar revoltado e reclamando não vai resolver nada: talvez o que a pessoa queria realmente não fosse bom para a empresa ou para os demais envolvidos. [epico_capture_sc id="1015"]

Mais clareza nas comunicações fortalece as empresas familiares

Há muitos aspectos positivos em uma empresa criada e gerenciada em família, e um desses aspectos é a possibilidade de falar claramente com as pessoas, pois isso fortalece a gestão dessas empresas. Você sabe que, muitas vezes, a comunicação entre líderes e demais funcionários não é fácil (alías criamos um post falando sobre isso). No entanto, em empresas desse tipo, o laço familiar entre as pessoas tende a deixar mais fácil dar sugestões, fazer uma reclamação e resolver problemas.

Quem será promovido?

A promoção é uma coisa com a qual muitos funcionários sonham. É normal que as pessoas desejam ter uma função de mais importância e receber mais e na empresa familiar isso também acontece. Porém, fica a reflexão, quem será promovido? A pessoa mais capacitada para a função ou o parente? Vamos pensar em uma situação: na sua empresa existe um cargo de gerência que está vago. Você tem duas opções: o seu primo, que é uma pessoa muito boa, mas que não tem organização para cuidar de um negócio, e um outro colaborador que tem experiência em cargos assim e com bons resultados, mas que não é tão próximo a você quanto o seu primo. Quem será promovido a gerente? Decisões como essa podem destruir a cultura da empresa e fazer que funcionários talentosos saiam, pois eles percebem que para crescer na empresa só se for um parente. Aqui no blog do EAG, temos um post sobre como capacitar seu funcionário gastando pouco. Talvez possa te ajudar.

Estabelecimento dos herdeiros nas empresas familiares

É claro que você pensa em viver muitos anos, assim com os familiares que trabalham ou que vão trabalhar com você. Contudo, uma hora vocês não estarão aqui e a empresa deverá ser herdada. A questão é, por quem? Com quais pessoas ficará a responsabilidade de continuar com a empresa? Essa decisão precisa ser consensual. Todos os envolvidos têm filhos? Então uma boa decisão é transformar todos, igualmente, em herdeiros. E se algum dos filhos não quiser trabalhar na empresa? Ele pode não atuar nela, mas terá direito a receber os lucros. Se ele decidir, depois, que quer trabalhar, isso deve ser permitido e essa autorização conhecida pelos outros herdeiros. Quando você e seus familiares decidirem os nomes que herdarão a empresa e como isso acontecerá, esse acerto deve ser registrado em um documento oficial. Qualquer mudança que aconteça também deve ser registrada para que esse documento mantenha-se atualizado.

Fortalecimento das relações familiares

As empresas familiares, mais do que as outras, precisam de planejamento, disciplina e estômago para dar certo. A gestão de uma empresa familiar deve ser séria e madura, obedecendo a regras e sem favorecer as pessoas apenas porque se gosta delas. Pode trazer muitas vantagens, mas com certeza, também pode trazer incômodos que outras empresas não teriam. Conforme a empresa cresce e o número de membros da família que atuam na empresa crescem juntos, isso pode te levar para o céu ou para o inferno. Pode unir ou desunir a família. Portanto, cuide bem dessas relações. Estabeleça regras claras, procure especialistas em gestão de empresas familiares. Como tudo nessa vida há ônus e bônus.  ]]>
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QUEM É MARCELO GERMANO

  • Marcelo Germano, empresário há mais de 25 anos e dono de 5 empresas de diferentes segmentos, criador do método Empresa Autogerenciável.

  • Criou o método para ajudar o dono de uma pequena ou média empresa, que esteja vivendo no caos com os seus funcionários, a conquistar uma equipe que não dependa dele para funcionar.

  • CONHEÇA MAIS SOBRE O MARCELO

QUEM É ROGÉRIO VALENTIM

  • Empresário com experiência em vários segmentos, atuando como CEO no EAG - Empresa Autogerenciável.

  • Formado em Propaganda e Marketing pela ESPM, também é CEO na Lumma Despachante e sócio-fundador na Techslab. 

  • CONHEÇA MAIS SOBRE O ROGÉRIO